Combustível desenvolvido pela marca alemã não tem origem fóssil: como é menos poluente, pode ser a salvação dos veículos a combustão
Posted on: October 07, 2021 09:10 PM
Posted by: Renato
Categories: tecnologia combustivel ciencia haru
Views: 573
Esperança da Gasolina sintética
Porsche fará combustível no Chile
Mesmo com o indicativo de que o futuro dos veículos é a propulsão elétrica, a Porsche tem apostado nos motores a combustão e está desenvolvendo um combustível sustentável para isso. A fabricante alemã anunciou uma parceria com a Siemens Energy, ainda em 2021, que tem o objetivo de investir na produção e no desenvolvimento de um combustível ecológico livre de emissões de poluentes.
Num evento que reuniu autoridades chilenas e europeias, no último dia 10, foi anunciado o início da construção da primeira fábrica de gasolina sintética do mundo. A escolha do local da praça, na província de Magallanes, no Chile, foi completamente estratégico.
O projeto piloto, batizado de “Haru Oni” vai aproveitar as excelentes condições de vento do sul do país para produzir combustível com impacto neutro no clima, por meio da energia eólica.
A Porsche e a Siemens traçaram o objetivo de produzir cerca de 130 mil litros do e-combustível em 2022. Mas as ambições são maiores para os anos seguintes: 55 milhões de litros até 2024 e 550 milhões de litros até 2026. Contudo, antes de chegar ao mercado, o novo combustível deve abastecer apenas os veículos de competição. É o que afirma Michael Steiner, membro do Conselho Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche AG:
Os eFuels permitirão reduzir as emissões de CO2 fóssil em motores de combustão em até 90%. Entre outras coisas, usaremos o primeiro combustível do Chile em nossos carros de corrida Porsche Mobil 1 Supercup de 2022.”
A ideia é posteriormente, destinar 40% da produção da gasolina sintética para os veículos comuns.
Produção do combustível sintético da Porsche
Todo o processo é feito sem utilizar o petróleo como matéria prima, pois o combustível sintético é criado combinando hidrogênio com carbono para produzir metanol. Os eletrolisadores são responsáveis por dividir a água em oxigênio e hidrogênio verde, usando a energia eólica. O CO2 é filtrado do ar e combinado com o hidrogênio verde para produzir metanol sintético – que é convertido em eFuel.
A substância ainda poderá ser distribuída em postos de combustíveis tradicionais sem exigir mudanças estruturais nos motores a combustão. Contudo, ainda se trata de uma tecnologia cara e que depende de uma escala maior de produção para se tornar mais acessível.
Com 70% de todos seus carros fabricados ainda rodando, alemã reforça atenção ao futuro dos carros não-elétricos e para o futuro da aviação
Leia mais em: https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/porsche-inicia-obras-de-usina-de-gasolina-sintetica-para-salvar-esportivos/
A energia elétrica da usina será captada por turbinas eólicas Divulgação/Porsche
Projeto da usina ao fim das obras, que durarão poucos meses Arte/Quatro Rodas
Brasil de fora?
Questionado sobre a escolha de uma região mais distante da Europa enquanto o Nordeste brasileiro, por exemplo, ofereceria ventos e infraestrutura bem localizados, Steiner ressaltou que a ideia também envolveu criar infraestrutura onde até então há apenas potencial.
Estima-se que a região de Magalhães possa produzir sete vezes o que hoje é gerado por todo o Chile, que usou a
oportunidade para gerar empregos e, principalmente, fincar bases como exportador de energia. “Mais do que ventos, o Chile tem autoridades interessadas nesse tipo de energia e na ideia de exportá-la”, fez questão de frisar o executivo.
Audi, Porsche e outras marcas já conduzem testes avançados do efuel, combustível sintético que promete salvar a F-1 e acabar com a dependência do petróleo.
Engenheiro se pronuncia
De acordo com o engenheiro Everton Lopes, os combustíveis semelhantes à gasolina sintética possuem a vantagem, assim como o etanol, de neutralizar o carbono que é gerado na sua queima, além de aproveitar a infraestrutura dos postos de reabastecimento. Podem ser extraídos na forma de diesel ou gasolina, portanto, não exigem alterações nos motores antigos que utilizavam a versão fóssil dos combustíveis.
De acordo com Everton, a projeção de benefícios econômicos e ambientais gerados pela gasolina sintética é de suma importância, mas sua produção ainda é mais cara comparada com a gasolina derivada do petróleo. A meta é diminuir o custo da extração do hidrogênio que é necessário para fazer a gasolina sintética, a partir de um processo chamado de hidrólise.
Lopes afirma que a grande quantidade de energia utilizada para separar o hidrogênio presente na água que deve ser de origem limpa, como a energia solar, eólica ou de hidrelétricas. A gasolina sintética já era utilizada na época da Segunda Guerra Mundial e de lá pra cá as pesquisas tem evoluído bastante. Porém, o petróleo ainda é mais barato e de “fácil acesso’ para ser obtido.
Modelo da Toyota já utiliza hidrogênio
O Hidrogênio é a grande aposta de vários países, como a Alemanha, para renovar sua matriz elétrica. Além de ser usado na sintetização do combustível líquido, o gás também pode ser utilizado no lugar das baterias de veículos elétricos.
Através das células de combustível, incorporadas a automóveis, o hidrogênio gera energia para impulsionar as rodas. Modelos como o Toyota Mirai já utilizam essa tecnologia e são abastecidos com hidrogênio, chegando a bater um recorde de autonomia com o combustível, que foi de 1 mil quilômetros.
- https://autopapo.uol.com.br/curta/fabrica-porsche-combustivel/
07/10/2021
Donate to Site
Renato
Developer
-
Renato Lucena - há 3 anos
- https://www.diariomotor.com/noticia/porsche-fabrica-combustibles-sinteticos/ <br> - https://es.motorsport.com/f1/news/vettel-peligro-formula-1-desaparicion/6685411/